O episódio da mulher Samaritana é exclusivo do evangelho de São João.
Como o Filho Pródigo é exclusivo de São Lucas.
Vamos encontrar aqui praticamente o mesmo conteúdo, visto desta vez através da ótica da
cultura judaica. O sentido é o mesmo nas duas parábolas: o homem que sai da casa do pai,
e através do exercício da sua materialidade, torna-se consciente da divindade que
existe dentro de si.
A caminhada deste eon é aqui vista de uma forma diferente, que está mais de acordo com a
cultura judaica da qual São João participava.
A personalidade sai da casa do pai e vai viver no mundo, satisfazendo seus sentidos
materiais.
Neste processo evolutivo a personalidade se identifica com a sua materialidade através do
casamento com os seus 5 sentidos.
Quando a personalidade desperta ( Samaritana ), se identifica com o seu sexto sentido (
sexto marido ), o dom da profecia, está pronta para o casamento com a Individualidade (
Cristo interno).
Esta parábola descreve a boda da personalidade com a individualidade.
O encontro místico da personalidade terrena com o Cristo que esteve sempre dentro do seu
coração.
Esta percepção se faz através do entendimento ( dom de deus ) do que seja o verdadeiro
amor.
O Amor impessoal, por tudo e por todos, Amor que identifica o homem com o todo e com o
tudo.
Amor que transforma o homem em Deus !
Este casamento se dá através deste dom, do amor impessoal, que aqui é mostrado como a
"água viva". " Água "da qual quem bebe não tem mais sede.
O principal sentido desta parábola, é mostrar que o Cristo vem em busca da personalidade
que venceu o mundo neste tempo (eon).
O Cristo se desloca, atravessando dificuldades, para que haja este encontro místico com a
personalidade desperta (Samaritana).
É principalmente uma mensagem de fé e de esperança !
O Deus vem até nós, da mesma forma que nos foi mostrado na parábola do Filho pródigo,
o pai anseia e nos espera, para esta boda mística, que transformará o homem em "um
com o Pai ".
«Quando, pois, o Senhor que os fariseus tinham ouvido dizer que ele Jesus, fazia e mergulhava mais discípulos que João (embora Jesus mesmo não batizasse, mas sim seus discípulos),
deixou a Judéia e foi de novo para a Galiléia. »
João, 4: 1-3
O Jesus perseguido na Judéia ( louvor a Deus), vai para a Galiléia (
jardim fechado)
O cristo interno que habita dentro de nosso coração, não se identifica com as igrejas,
as religiões , as doutrinas ou com os gurus; com a Judéia, local de "louvor a
Deus".
Perseguido nestes locais de "Louvor a Deus", resolve sair para se encontrar com
o homem dentro dele mesmo, em um "Jardim Fechado"!
É perseguido nestes locais por que mergulhava seus discípulos, e desta forma os afastava
do mundo material, este é o sentido do batismo.
A Judéia não prescinde da intermediação entre o material e o espiritual, por isto
persegue aquele que tenta afastar seus discípulos da materialidade.
As igrejas não abdicam de seu papel de intermediária desta boda.
Interessante observar que o evangelho esclarece que o Cristo não
mergulha, mas sim os seus discípulos.
João Batista pregava a elevação pelo esforço, pela negação das coisas do mundo.
Mergulhava para afastar os discípulos da matéria.
Jesus não mergulhava! Mas sim os seus discípulos.
Não é necessário que se abandone as coisas do mundo para se ter este encontro, Jesus
prega que devemos conviver com o mundo.
"Até João Batista, o reino dos céus foi tomado pela força". O Cristo vem nos
trazer este novo caminho, através do coração.
Quem mergulha são os seus discípulos, não Ele.
Temos visto que este caminho de elevação, através do convívio com as coisas do mundo,
é um caminho difícil de ser seguido, só pode ser seguido por aquele que tem o
verdadeiro amor em seu coração.
Já no tempo em que foi escrito o evangelho, se notava esta diferença, entre o que Jesus
pregava e o que seus discípulos pregavam.
Mesmo o batismo não é intermediado por ninguém ! Terá que nascer de dentro do próprio
ser.
Fica claro por que o evangelho esclarece desta forma.
Jesus "de novo" vai para a Galiléia.
Estava se iniciando um novo ciclo em que o homem passaria a buscar este
encontro dentro de si.
Se iniciava a era de peixes
Houve um tempo anterior, em que Deus estava dentro dos corações , o tempo de era de
touro.
No período de touro foi dominado por um deus forte mas que estava dentro do homem, como
se pode ver na região egípcia.
A era de Carneiro se caracterizou pela Justiça romana ( Lex romana), período em que o
homem esteve separado do seu cristo interno.
Por isto "de novo" vai para a Galiléia.
Para que o Deus interno possa se unir ao homem terreno, terá que encontra
um coração que esteja preparado para esta boda mística.
Este homem é o homem desperto!
Para que o Cristo possa efetivar este encontro é necessário que encontre as pessoas
despertas, ou vigilantes.
Este homem só poderá ser encontrado na terra da Samaria ( Vigilância).
Os que não estão vigilantes, não estão ainda despertos para esta boda.
Samaria quer dizer vigilância !
O caminho mais curto de Jerusalém para a Galiléia ,não passa pela Samaria. Para passar
na Samaria Jesus teria que seguir um caminho não só mais longo, como também mais
acidentado.
Por isto Jesus precisava atravessar a Samaria.
Chegou, pois, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José.
Nem todas as personalidades despertas estão prontas para a boda.
Nem todos da Samaria estão prontos.
É necessário que além de desperta, a personalidade esteja envolvida emocionalmente com
este encontro, que tenha bebido na fonte da intuição. que esteja enebriada.
É necessário que a personalidade seja de Sicar ( bebida inebriante )
Esta personalidade escolhida para a boda , terá ainda que ser um vencedor das coisas do
mundo.
Só está pronto para este encontro aquele que venceu o mundo, da mesma forma que Jacó
venceu o anjo.
A noiva ( personalidade ) tem que ser da terra de Jacó ( o vencedor ).
Entre os que venceram o mundo há ainda, uma nova seleção para a boda.
A noiva , tem que estar desperta, enebriada, ser uma vencedora, mas tem que ser finalmente
escolhida.
Tem que estas próximo á terra que Jacó deu a seu filho José ("a quem Deus
aumenta")
A noiva te que ser escolhida para que Deus a eleve ( aumente) .
Não se chega a esta boda simplesmente por méritos pessoais, existe a graça, que está
expressa aqui de forma clara, quando diz que " perto das terras que Jacó dera a seu
filho José".
Completa se aqui a escolha da noiva ( personalidade ) que estará pronta para esta boda.
Esta escolhas da personalidade guarda semelhança com a lenda de Psique e Eros, onde
Psique depois de vencer tantas provas, se perde por sua vaidade, e é elevada finalmente a
divindade ( boda com Eros ) por graça de Zeus.
A personalidade que está pronta para este casamento místico terá que ter vencido estes
passos.
Despertar, se entregar á sua intuição e emoção , vencer a materialidade do mundo, e
ser finalmente escolhida.
Esta graça final, se dá por que mesmo tendo vencido estas provas, pode ainda se perder
por sua vaidade, como se perdeu Psique.
Era ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, estava Jesus assim sentado ao pé da fonte;
era cerca da hora sexta.
Água é vida!
A fonte de vida mais pura vai ser encontrada entre os homens despertos (Samaria), que
venceram o mundo material ( Jacó ) e que receberam graça de deus ( José ).
A água do poço de Jacó é a melhor qualidade de vida que se pode beber neste mundo
físico.
Não é ainda a "água viva".!
A água só será viva ( a vida só será eterna )após o encontro que está prestes a se
realizar.
É neste local, nesta fonte que o Cristo vem buscar sua esposa.
Esta busca do cristo é uma busca ativa, que o deixa cansado. Vimos como veio por um
caminho mais longo, passando por terreno acidentado.
Estas simples palavras "Cansado da viagem", encerram uma mensagem de otimismo e
de esperança.
O Cristo nos busca !
Neste instante está tudo preparado para a boda. Ponto para o aparecimento da noiva que
seria escolhida.
É o momento da escolha, a sexta hora !
O numero seis é o numero do Cristo, é representado pela estrela de David, composta por
dois triângulos invertidos.
Representa o encontro do que está encima com o que está embaixo. O triângulo superior
(espiritual ) se entrelaça com o inferior ( material ), este momento é a sexta hora.
No Taro o numero seis é representado pelos enamorados, que expressa a escolha que
antecede a numero sete, que é a vitória.
Uma mulher da Samaria veio tirar água. Disse-lhe Jesus: "dá-me de beber".
A personalidade que está pronta para o encontro aparece como a
Samaritana.
Vem buscar a água mais pura, a vida mais perfeita no poço de Jacó.
A água que sacia sua sede material.
O perfeito triângulo inferior da estrela de David. A materialidade realizada dentro da
matéria.
Neste momento recebe a proposta de casamento "dá-me de beber".
O perfeito triângulo superior ( Cristo), que desceu à terra para encontrar sua noiva.
Cansado, sentado, esperando pacientemente que a noiva apareça no local da boda, e que a
noiva (personalidade) complete o seu ciclo.
A proposta de casamento parte do cristo, por que a noiva ainda que pronta, não tem a
compreensão perfeita desta união.
Pois seu discípulos tinham ido a cidade comprar alimentos.
Para que Jesus pudesse liberar este Cristo que virá se sentar na borda do
coração do homem desperto é necessário que se liberte dos seus vínculos materiais,
dos seus contatos com o mundo, em fim dos seus sentidos.
Neste tempo Jesus não tinha ainda constituído o colégio apostólico.
Tinha 5 seguidores ( André, João, Pedro, Natanael e Felipe) que eram seus contatos com a
mateira.
Os apóstolos eram 5 como os 5 sentidos.
Formam a cidade comprar alimento!
Deixando o Cristo livre da materialidade de Jesus.
O Cristo é o triângulo perfeito que desceu dos céus para a boda.
Não se deve confundi-lo com as religiões, com as seitas e com os gurus, como foi
esclarecido no inicio da parábola, dizendo que eram os discípulos que mergulhavam.
Este casamento é de foro íntimo, não tem intermediários.
Neste momento maravilhoso do pedido de casamento, o evangelista mais uma vez esclarece.
A frase trunca a seqüência, como se a emoção fosse muito grande, e neste momento o
evangelista não suportasse tal emoção.
João que nesta cena era um dos discípulos, aqui nos fala muitos anos depois já como um
iniciado.
Não ha intermediações nesta boda!
Disse-lhe então a mulher Samaritana: "Como, sento tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher Samaritana"? ( porque os judeus não falam com os Samaritano).
A noiva( personalidade ) ainda que preparada para a boda não tem uma
percepção completa do fato.
Foi preparada através de um esforço pessoal de despertamento, de uma luta com as
necessidades materiais , tendo atingido este estado de perfeição.
Da forma que João Batista abandonou a vida para viver no deserto comendo gafanhotos, se
despindo das necessidades materiais, para atingir o mundo dos céus pela força.
Os judeus já ha muito tempo dispunham do entendimento da união do ser material com o
espiritual, tinham conhecimento deste casamento.
Este conhecimento está expresso na estrela de David , símbolo do judaísmo.
O Judeu se julgava a personalidade ( noiva ) escolhida, por dispor deste entendimento.
A religião judaica se perdeu neste caminho. Pela soberba abandonou o esforço pessoal de
preparação para o casamento, julgando que este conhecimento o transformava no povo
escolhido.
A religião se apossou desta intermediação.
Os samaritanos discordavam dos judeus exatamente a respeito do templo de Jerusalém, como
sendo a casa de Deus.
"Como pode um que vive louvando a Deus ( Judeu) vir pedir vida a mim que vivo
desperto na materialidade".
Porque os que têm conhecimentos místicos não falam com os que têm conhecimentos
lógicos ou racionais.
Respondeu-lhe Jesus: Se souberas o dom de Deus e quem é aquele que te diz "dá-me de beber", tu lhe terias pedido, e ele te daria a água viva".
O triângulo inferior não tem entendimento do triângulo superior neste
encontro para formar a estrela de David.
A noiva não conhece o dom de Deus ( amor incondicional) e nem sabe quem a está pedindo
em casamento.
Se tivesse conhecimento deste amor incondicional, conheceria aquele que lhe pede em
casamento, saberia que Deus desceria até ela na forma do Cristo encarnado.
Pediria ao noivo que fecundasse seu coração com este amor incondicional ("água
viva").
O amor impessoal, dom de Deus , é o que transforma a vida ( água)
material na vida imanente (água viva).
Esta é a boda da personalidade terrena com a individualidade espiritual.
Disse-lhe a mulher: "Senhor não tens com que a tirar, e o poço é fundo, donde pois, tens essa água viva"?
A noiva percorreu todo o caminho da evolução terrena, está pronta para
a boda.
Evoluiu tudo o que pode em suas vivências no mundo, conhece todos os amores terrenos e os
tem em seu coração .
O homem desperto não entende o Amor impessoal que é o "dom de Deus".
"Como podes ter este grande amor se não tens ânfora, se não tens cordas por que o
poço é fundo".
O amor necessita um vaso que o contenha, uma corda que o ligue, e é difícil retira-lo do
poço fundo dos corações !
"Como pois, podes ter este grande amor?"
A noiva não entende este novo amor!
És tu, porventura, maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual bebeu ele, seus filhos e seu gado"?
"És por acaso maior do que aquele que venceu a si mesmo, vencendo
todos os seus defeitos, e se tornou assim um vencedor."
Jacó representa o homem que quer atingir o reino dos céus pela força, pela luta, como
mostra sua luta com o anjo, quando passou a se Israel.
Este que construindo com as sua mãos a sua personalidade nos legou este coração(poço)
Coração com que amamos os nossos filhos e o que é nosso.
O homem desperto aqui identifica o tipo de amor que conhece, e expressa de modo claro seu
entendimento de amor ( eu, os meus filhos e o meu gado).
Replicou-lhe Jesus: "Todo o que bebe desta água, tornará a ter sede.
Este amor não satisfaz !
O amor egoísta pede mais amor.
Mas quem beber da água que eu lhe der, não terá mais sede no futuro, e a água que eu lhe der, se tornará nele uma fonte que mana para a vida eterna".
Aquele que tiver o verdadeiro Amor, o Amor que o Cristo pode nos dar, o
amor por tudo e por todos, o amor que vemos em Francisco
de Assis. Este estará satisfeito, saciado.
É diferente do amor egoísta.
Este Amor incondicional, é por si só uma fonte de satisfação.
O verdadeiro amor nada pede, nada espera, se satisfaz a si mesmo .
É uma fonte de satisfação para a vida eterna. Por que o Amor transcende a vida
material.
Disse-lhe a mulher: "Senhor, dá-me desta água, para que eu não tenha mais sede, nem venha aqui tirá-la".
O homem desperto, a personalidade desperta, pede este Amor!
Pede a libertação das múltiplas vindas ao poço. Para que não tenha mais sede, e seja
liberto definitivamente destes vinculas terrenos.
Compreende , neste momento que existe uma "água viva", que é o verdadeiro
Amor.
Mas ainda ligado a matéria mostra que confunde ainda o amor com o Amor !
Quer a "água viva" por que quer sua liberdade.
Esta é nossa realidade, buscamos o verdadeiro amor por que necessitamos de algo que nos
liberte, por que temos dentro de nós esta destinação.
Esta pequenez da alma desperta, está compensada pela ansiedade do Cristo em nos
encontrar.
Disse-lhe:" Vai, chama teu marido e vem cá".
Respondeu-lhe a mulher: "Não tenho marido". Replicou-lhe Jesus: "Disseste bem que não tens marido.
Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido, isso disseste com verdade".
A convocação de Jesus, que a principio pode nos parecer meio sem
sentido, torna claro o sentido da bodas.
"Traz os teus amores anteriores ,as tuas águas, das quais bebeste e voltaste a ter
sede."
Foram cinco, agora estás no sexto, que também não é o teu marido.
"Foram os teus cinco sentidos que te fizeram amar, o amor egoísta. Desperta,
encontraste o teu sexto sentido (percepção extrasensorial) , que também não é o teu
marido, este é o momento da tua escolha. A hora é agora, o momento da boda com o teu
sétimo marido ( vitória), a realização do Amor verdadeiro!"
A alma desperta que já se encontrava com seu sexto marido neste momento conhece aquele
que percebe além do seus 6 sentido. Identifica o Esposo!
Depois de amar os amores egoísta que satisfizeram seus cinco sentidos a alma desperta,
percebe que existe algo alem dos seus sentidos, mas não é ai ainda que esta seu esposo
definitivo, Ele esta mais além do profeta e do médium. Ele é aquele que além de ter o
dom da profecia, é capaz, por caridade, de não lhe identificar os seus 5 maridos, antes
que ela mesma os identifique.
Há algo mais neste sétimo esposo - o Amor- .
"Chama o teu marido e vem cá! "
Observe-se que Jesus sabia que o sexto não era seu marido.
Pode-se ver que realmente não ha incongruência nestas palavras.
Jesus esta pedindo que a alma desperta traga o Cristo do poço do seu coração para a
grande boda.
O mesmo Cristo que Jesus incorpora, que está no átomo Nous do coração de todo o homem.
Não é Jesus que vai se casar, é o Cristo que mora no coração do homem desperto , que
é o mesmo que veio ao mundo se fazendo carne, e que estando em todos os homens é o
único esposo capaz de vivenciar o verdadeiro Amor por tudo e por todos.
Este é o Amor encontramos em Jesus e em São
Francisco de Assis.
"A mulher deixou seu cântaro " João 4 : 28
A alma desperta aceitou o convite para a boda, deixou seu cântaro, compreendeu o Amor expresso na figura da "água viva".
Disse-lhe a mulher:" Senhor, vejo que és profeta.
Nossos pais adoraram nestes montes, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar".
A Alma desperta que já tem seu sexto sentido reconhece o profeta, e dá uma demonstração de que é desperta, pedindo explicações quanto a desavença de Samaritanos e Judeus.
Disse-lhe Jesus: " Mulher, acredita-me, vem a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis ao Pai.
Jesus não se preocupa em dar explicação da desavença, por que é coisa
passageira.
Anuncia a hora em que não mais se adorará á Deus em templos.
Esta é a mudança de ciclo que se inicia quando Jesus sai da Judéia para a Galiléia.
O tempo em que cada um vai encontrar o Cristo dentro de si.
Com seus próprios recursos, sem intermediações.
Este Cristo que sai da Judéia e vai para o Jardim Fechado (Galiléia) obrigatoriamente
vem buscar os homens despertos
Jesus precisava atravessar a Sanaria
O evangelista é claro nesta mensagem de esperança e otimismo !
Vós adorais o que não sabeis, nós adoramos o que sabemos, pois a salvação vem através dos Judeus.
Os judeus adoravam á Deus no templo de Jerusalém , no local onde foi
construído por Salomão.
Os Samaritanos, após o cativeiro na Babilônia, se recusaram a auxiliar na reconstrução
do templo. Desta dissidência passaram a adorar á Deus no templo do monte Garizim,
próximo do local onde se deu o encontro de Jesus com a Samaritana.
Esta frase posta na boca de Jesus pelo evangelista tem o sentido de diferenciar o tipo de
adoração que os Judeus faziam em Jerusalém.
Os Judeus adoravam impessoalmente, em espirito.
"Nós adoramos o que sabemos"
Os demais tinham uma conceituação um tanto antropomórfica de Deus e se restringiam a
locais.
Por isto está dito que a salvação vem através dos Judeus.
São os judeus os primeiros que adoraram Deus em espírito.
Mas vem a hora - e é agora - em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em verdadeiro espírito, porque são esses que o Pai procura para seus adoradores.
Deus é o Espírito, e os que O adoram, precisam adora-lo em verdadeiro espírito".
É chegado o momento da mudança de Eon.
Após João Batista ( o maior entre os filhos de mulher) não mais o reino dos céus será
conquistado pela violência .
Agora só pelo Amor! Pela "água viva" !
Pela adoração em espirito e em verdade.
A saída de Jesus da Judéia se dá logo após a prisão de João Batista.
O Pai busca aqueles que O adoram em colaboração com ELE, em espirito e em verdade.
Aqueles que tem participação na criação.
Não mais aqueles O adoravam e O temiam do tempo de Moisés.
Esta é a mudança do ciclo que vem mostrando esta passagem.
A hora é agora.
Ainda é agora, por que pouca coisa mudou nestes 2 mil anos.
A Igreja assumiu Roma, o Papa é mais um Cezar do que um São Pedro.
As sinagogas viraram igrejas.
Os intermediários se instalaram nas nova religiões
Por isto ainda "Agora é a hora" !
Agora é a hora de entendermos que podemos, nós mesmos quando despertos, propiciarmos a
nossa boda com o cristo que esta sentado na borda do poço profundo do nosso coração.
Este é o caminho - Através da "água viva" do Amor !
Não há favor algum de ninguém nem de entidade alguma, Jesus precisava passar pela
Samaria!
Aquele que quiser entrar no reino de Deus, que atenda ao chamado do átomo Nous (Cristo no
coração), que deixe seus 5 amores ( seus amores dos sentidos ) que através da sua
percepção ( sexto sentido) entre em contato com o Profeta, e estará diante daquele com
que se dará o encontro ( boda) e assim receberá a "água viva".
Só é possível ter este Amor, aquele que adora á Deus em espirito e me verdade, por que
é participando deste mesmo Amor ( "água viva") que se adora á Deus desta
forma.
Respondeu-lhe a mulher:" Eu sei que vem o Messias ( que se chama o Cristo), quando ele vier nos anunciará todas as coisas".
Este versículo nos dá o esclarecimento do ultimo passo da alma desperta
( seu sexto esposo)
Ela sabe e sente, que O cristo virá!
Sabe não mais através dos seu sentidos, mas sim através de uma percepção maior que se
aproxima da mediunidade e da profecia, que é o seu sexto esposo.
Este sentido, no entanto, ainda prende a alma desperta a materialidade, por isto
"também não é seu esposo".
A Alma desperta neste ponto está próxima da boda com o verdadeiro esposo.
Está na eminência de perceber e receber a "água viva"!
Para este homem desperto esta faltando apenas um empurrão!
Uma certeza!
Uma PALAVRA!
Disse-lhe Jesus: "Sou eu; o que fala contigo".
Amém !
Interpretação de José Carlos Fragomeni.
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Atualizado: dez 99.