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Cachorro Atado ao Carro

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Há uma antiga frase estóica, que diz que estamos todos amarrados à vida como um cachorro a um caro, e que temos que aceitar as coisas, isto é, não sermos arrastados pelo carro e sim segui-lo. Cito um depoimento:

cachorro e carro

"Lembro de haver ouvido dizer, quando comecei no Trabalho, que a posição do homem era de certo modo semelhante à de um cachorro amarrado a um carro, e ao qual o carro arrastava porque o cachorro resistia à corda que o puxava. Se o cachorro não houvesse resistido ao ser puxado pela corda, gozaria de muito mais liberdade. É assim que entendo o primeiro passo que deve ser dado em direção à liberdade interior: ver nossa verdadeira posição em relação à verdade sobre nós mesmos e em relação às leis sob as quais nos encontramos."

Sim, mas é preciso mais discernimento. Se sempre objetarmos a tudo, esperando o que não podemos, e estivermos muito identificados com a vida, sofreremos muitos ferimentos e seremos arrastados, cheios de ressentimento. Por isso o Trabalho diz que devemos ser passivos à vida, o que é algo muito difícil de entender, pois sempre pensamos que podemos fazer e que as coisas deveriam ser diferentes do que são. Praticar a não-objeção a tudo, cada dia, durante um breve período, é um ótimo exercício e ensina-nos muito sobre nós mesmos e sobre os Eus do não-Trabalho.

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M.Nicoll, em «Comentarios», Kier, vol. 2, p. 269.

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