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Se

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Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma,
Quando os outros os perdem, e te acusam disso

Se és capaz de confiar em ti, quando de ti duvidam
E, no entanto, perdoares que duvidem

Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança
E não caluniares os que te caluniam

Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício

Se és capaz de enfrentar o triunfo e o desastre,
Sem fazer distinção entre estes dois impostores

Se és capaz de ouvir a verdade que disseste,
Transformada por velhacos em armadilhas aos ingénuos

Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira
E construi-lo outra vez com ferramentas gastas

Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira
E construi-lo outra vez com ferramentas gastas

Se és capaz de arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado
E perder e começar de novo o teu caminho
Sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado

Se és capaz de forçar os teus musculos e nervos
E fazê-los servir se já quase não servem
Sustentando-te a ti, quando nada em ti resta,
A não ser a vontade que diz: Enfrenta!

Se és capaz de falar ao povo e ficar digno
E de passear com reis, conservando-te o mesmo

Se não pode abalar-te amigo ou inimigo
E não sofrem decepção os que contam contigo

Se podes preencher todo o minuto que passa
Com sessenta segundos de tarefa acertada

Se assim fores, meu filho, a Terra será tua,
Será teu tudo o que nela existe

E não receies que te o roubem.

Mas (ainda melhor que tudo isso)
Se assim fores, serás um HOMEM.

 

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Rudyard Kipling nasceu em Bombaim, Índia, a 30 de dezembro de 1865. Poeta inglês, novelista e escritor de pequeno-história, recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1907. Morreu a 18 de janeiro de 1936 em Londres.